Atualmente, quando se fala em música no contexto da Igreja Cristã, remete-se a ideia de louvor e adoração. De acordo com Porto (2005), estes termos se relacionam porque a música é de fato o meio de glorificar a Deus.
No âmbito do culto cristão a música tem representado um aspecto complexo, pois em alguns momentos da história, não foi um objeto comum e democrático, mas restringiu-se, aprisionou-se e apenas com a Reforma Protestante, movimento liderado por Martinho Lutero, no início do século XVI, é que o povo teve de novo a liberdade de cantar, louvar e adorar a Deus com música.
Hoje, a música cristã tem demonstrado elevada dificuldade em transmitir os aspectos doutrinários da igreja, como era visto facilmente nos hinos tradicionais. Além de poder-se dizer que a música cristã tem vivenciado um novo momento, especialmente entre os jovens.
Além do fascínio que aparenta exercer sobre estes, aponta-se como problema deste trabalho elucidar as interferências do meio sobre a música evangélica observando se esta influencia se relacionam às lacunas teológicas deixadas pelos compositores cristãos em suas letras.
A metodologia escolhida para desenvolver este projeto foi à pesquisa bibliográfica, realizada através de consulta a materiais produzidos por autores e estudiosos acerca do tema abordado. Segundo GIL (2008) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Tais materiais foram recolhidos através de fontes impressas ou disponíveis de maneira eletrônica ou virtual.
Investigar os significados da música para a igreja na contemporaneidade adquire grande relevância na medida em que esta pesquisa contribuirá para identificar o seu verdadeiro papel no contexto do evangelismo. Mat 12:34 - se o coração está cheio de ações de graças, isto virá a sua boca; A unção do Espírito continuamente está manifesta nas ações de graças que vem pela nossa boca.
Louvor significa feitos de Deus expressos com palavras em atitude de exaltação e glorificação a Ele é fruto do Espírito Santo (Heb 13:15, Gal 6:22). Entrar na presença de Deus com alegria (Sal 22:33, Sal 134:1-3). Ordenança (Sal 148:1-6).
Salmos de Davi:
- Salmos de louvor descritivo -
- Ações de graças relatam diretamente para os salmos de louvor declarativo. Nos salmos de louvor descritivo, o salmista exalta a pessoa de Deus, seus atributos, em essência, quem ele é.
- Salmos de louvor declarativo - a ênfase é no que Deus tem feito para seu povo.
- Declaram a glória de Deus. Um relacionamento com Deus não pode existir sem louvor.
- Não há uma maneira impessoal de expressar louvor ao Todo Poderoso.
- O livro de Salmos é o mais lido pela família cristã.
- Em Salmos encontramos todas as expressões que um homem pode sentir em relação a Deus.
- Alegria, tristeza, desânimo, regozijo.
- Os salmos tem tudo, música, beleza, sabedoria, teologia e experiência.
Origem da palavra
SALMOS é a tradução do Grego para o nome do livro. A palavra grega psalmoi foi primeiro traduzida para o Latim como psalmi e então para o português "salmos". -Literalmente no grego significa, "o bater de dedos nas cordas de um violão ou instrumentos musicais de cordas". Então, o significado mais amplo é de "uma canção com acompanhamento de instrumentos de cordas". O significado do Grego para o titulo do livro é "canções sacras cantadas com acompanhamento musical". - O livro de Salmos é um livro de música. A palavra hebraica para Salmos é tehilim, um termo de música. - O livro mais longo da bíblia é um livro de música. - Algumas vezes os salmos expressam lamento, embora esses salmos sempre terminem em louvor. Ex Salmo 13.
Louvor
- Louvor significa falar bem de exaltar, ou magnificar as virtudes de alguém.
- Louvor vem de um relacionamento intimo com Deus.
- Louvor deve sempre ser vocal. Não é em silêncio.
- Louvor acontece quando nós falamos para alguém mais sobre a bondade de Deus.
Conforme Mendonça (2009) música e religião têm mantido um relacionamento que remonta aos cultos das culturas mais antigas. Segundo o autor: Dos serviços litúrgicos no templo judaico no período antes de Cristo ao canto velado da igreja cristã primitiva, do coral católico gregoriano ao coral luterano da Reforma, da hinologia protestante americana no século XIX às variações pop do gospel contemporâneo, a música tem sido uma expressão da comunhão e da comunidade cristãs.
A música evangélica que sempre esteve presente nos cultos, influenciada pelos contextos históricos passou por diversas modificações na maneira de produção, divulgação e consumo, ao longo da metade do século XX e início do século XXI. Até a metade do século XX a música evangélica, denominada tradicional, apresentava algumas características musicais semelhantes.
Nos primeiros hinários cristãos evangélicos, essa música vem mais ou menos padronizada seguindo critérios do século passado:
A estrutura musical possui uma quadratura formal, com frases metricamente correspondentes; a melodia é reconhecida facilmente pelas quatro vozes; a harmonia segue os princípios da chamada harmonia tradicional, com seus encadeamentos harmônicos girando em torno da tônica, subdominante e dominante do tom principal; o estilo mais constante é do coral, com uma ou duas enunciações rítmicas para cada tempo musical. O acompanhamento mais usual é feito pelo órgão piano. (FREDERICO, 1998).
Santos (2013) aponta a década de 1970 como marco para as transformações da música cristã no Século XX, alegando que estas modificações sofreram influencias, direta ou indiretamente pelo reavivamento musical evangélico que se deu nos Estados Unidos nos anos 1960 conhecido como Movimento de Jesus.
Segundo o autor, neste período, alguns grupos musicais cristãos passaram a utilizar instrumentos não convencionais, como guitarras, percussão e bateria, e a introduzir elementos da música popular em seus louvores.
Martinoff (2010) citado Santos (2013) atribui as transformações da música Cristã a este mesmo período, afirmando que o repertório congregacional foi aos poucos admitindo não apenas hinos tradicionais, mas também cânticos no estilo da música jovem contemporânea.
Neste cenário, Cunha (2004) reflete que o termo gospel, (evangelho em inglês, que se referia inicialmente a um gênero musical surgido nas comunidades protestantes negras americanas no início do século XX) identifica a música religiosa moderna ou a Música Cristã Contemporânea (MCC).
Considera-se que e vive-se hoje um tempo de explosão do uso da música eclesiástica difundida pelas inúmeras religiões fundadas no Brasil nas últimas décadas, mas que é preciso refletir sobre os significados que esta popularização da música tem tomado ao longo da história da igreja, pois a função da musicalidade, segundo a bíblia, é unicamente adorar e glorificar o nome de Deus e sua obra.
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