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EDUCAÇÃO CORPORATIVA

 

SILVA, Elisete Aparecida da[1]

 

INTRODUÇÃO

 

Segundo Rocha (2017), no atual cenário mundial de forte competitividade, o fator humano aumentou sua importância e apresenta-se hoje como fator chave para aumentar a flexibilidade e a performance das organizações. Faz-se necessário, coordenar ações que garantam uma melhor qualidade de vida aos colaboradores. Neste e-book, pretendeu-se investigar quais são os fatores que influenciam a percepção de ganho social dos funcionários de uma organização que adotou o modelo de Educação Corporativa, pois, a extrema força e frequência das alterações socioeconômicas, científicas e tecnológicas no cenário global e nacional nas últimas décadas reformularam completamente conceitos sólidos. Consequentemente, tais mudanças tornaram-se usuais em ambientes organizacionais, uma vez que o resultado e a sobrevivência das empresas hoje estão diretamente relacionados à sua capacidade de identificar e adaptar-se às novas tendências.

Selecionou-se uma empresa nacional, a qual atua no ramo de prestação de serviços na área de TI (Tecnologia da Informação), participante do conglomerado de uma estatal que detém 99,98 % de suas ações, está há 47 anos no mercado, possui aproximadamente 3000 colaboradores no seu quadro funcional,  entre eles, concursados e terceirizados, a matriz está situada na cidade do  Rio de Janeiro e  possui filiais em dois outros estados do Brasil. Por ser uma empresa exclusivamente prestadora de serviços para esta estatal tem agregado outras atividades dentro da organização, entre várias cidades do país. A empresa já possui Universidade Corporativa (UNIBBTS), porém, existem falhas no processo quanto à capacitação, a qual se realiza por meio de treinamentos curtos, de poucas horas, onde os resultados não atingem a finalidade, que é de qualificar melhor seus colaboradores.

A Universidade Corporativa é considerada de extrema importância como ferramenta para trazer resultados aos colaboradores e gestores dentro de uma organização proporcionando maior capacitação e maior qualificação nos seguintes seguimentos: Conformidade de processos, eficiência operacional, relacionamento com o cliente e interpessoal, autodesenvolvimento, entre outros. Verifica-se a necessidade de realizar cursos e treinamentos, havendo distribuição de horas em dois itens, online e presencial, outro fator necessário para abordar seria uma meta de horas em treinamento por colaborador individualmente.

O presente e-book tem por objetivo ampliar o conhecimento sobre como as mudanças ocorrem, de maneira dinâmica, no âmbito da implementação da Educação Corporativa, e, prognosticar necessidades de treinamento de modo que sejam transformadas em objetivos educacionais a serem desenvolvidos dentro da organização. E os objetivos específicos, estão em ampliar conhecimentos dos estigmas em torno de treinamentos com curta duração, mediante diagnóstico da empresa; Diagnosticar  treinamentos presenciais e online; e, analisar a possibilidade de direcionar treinamentos por setores.

REVISÃO DA LITERATURA

 

Treinamento e Desenvolvimento: como incrementar talentos na organização

 

            Segundo Chiavenato (2009) não basta trazer para si e prender indivíduos engenhosos, em plena Era da Informação, na qual o conhecimento constitui a moeda valedoura nos negócios, os indivíduos precisam aprender a aprender de forma contínua para conseguir adquirir diversos conhecimentos que amplificam em muitas organizações.

            A sociedade está mudando rapidamente, conduzindo uma extraordinária velocidade nas mudanças e transformações, é fundamental a dimensão de saber pensar. Permanecer significa andar para trás enquanto os outros se alongam cada vez mais. A universidade veicula um saber crítico, científico e embasado na empiria. Agora as empresas precisam pensar em ações generalizadas focadas na educação corporativa e na gestão do conhecimento corporativo para transformar as pessoas em talentos. Sem isso, o atraso e a perda de competitividade, serão fatais.

 

Análises de necessidades de treinamentos

 

Análises de necessidades de treinamentos, apesar de importantes, têm sido realizadas de modo pouco sistemático em ambientes organizacionais. A análise da literatura mostra que a produção intelectual nesta área está restrita a análises nos níveis do indivíduo e das tarefas, com poucas pesquisas enfocando necessidades em níveis mais abrangentes como grupos, equipes ou macroprocessos organizacionais. Dessa forma, no geral, as abordagens de análise de necessidades ainda estão focadas em cargos ou nas estruturas organizacionais rígidas, estáticas, burocráticas (departamentos, divisões, setores, etc). Essa característica torna a análise de necessidade de treinamento anacrônica e pouco útil, pois não capta novos arranjos organizacionais como arquitetura matriciais, organização em rede, organizações virtuais ou novas configurações dos trabalhos humanos.

            A análise de necessidade de treinamento é considerada pelos profissionais e pesquisadores da área um dos componentes mais importantes do sistema de educação corporativa, uma vez que o sucesso das demais atividades (planejamento, execução e avaliação do treinamento, desenvolvimento e educação) depende fortemente da qualidade das informações geradas pela avaliação das necessidades. Sendo assim, além da descrição de lacunas em Conhecimentos, Habilidades e Atitudes, componentes básicos das competências, objetiva a descrição do perfil do público alvo, e de seus contextos para o fim de desenvolvimento das estratégias instrucionais. (ABBAD; MOURÂO, 2012).

 

Diagnóstico de necessidades

            Conforme análise da literatura, a aproximação mais tradicional de avaliação de necessidades de treinamento, ainda hoje muito citada por pesquisadores da área, é a de McGehee e Thayer (1961) definida pelo diagnóstico de necessidade em três níveis: organizacional (onde e quando treinar), de tarefas (quais conhecimentos, habilidades e atitudes, treinar) e, pessoal ou individual  (quais pessoas treinar). Essa aproximação de avaliação de necessidades defende a atitude de que programas de treinamento, desenvolvimento e educação corporativa devem estar numa mesma linha de estratégias organizacionais e que seus níveis verdadeiros sofrem interposição a de variáveis do ambiente, como o clima e o suporte organizacionais à aprendizagem.

Modelo conceitual de avaliação de necessidades de treinamento

 

Necessidades individuais de treinamento, desenvolvimento e educação corporativa são definidas como hiato de competências, expostos em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes. Além disso, é preciso avaliar a grandeza do hiato, bem como quais são as conseqüências de desconhecê-los. Para cálculo de necessidades individuais de treinamento, é preciso informações sobre o perfil do público alvo, as quais colaborarão com os profissionais a desenhar e a planejar os eventos de instrução. Entre as características pessoais importantes para o contexto de treinamento, desenvolvimento e educação corporativa, estão as demográficas, profissionais, motivacionais e cognitivas da clientela. Informações sobre quantidade, dispersão geográfica dos participantes, sexo, faixa etária e outras variáveis fisionômicas são fáceis de acessar em grande parte das organizações que possuem bancos eletrônicos de dados. (ABBAD; MOURÂO, 2012).

 

 

Definições e estratégias metodológicas

 

Conforme citado pelas autoras (ABBAD; MOURÂO, 2012) pode-se considerar como definições e estratégias metodológicas para uma avaliação de necessidades no nível da organização, descritas no quadro abaixo:

 

 

CONSTRUCTOS

 

INDICADORES

 

FONTES DOCUMENTAIS E MEIOS

 

FONTES

HUMANAS

 

INSTRUMENTOS

DE

MEDIDAS

 

COLETA E ANÁLISE DE DADOS

 

Contexto externo e interno: desafios, cenários, oportunidades,

Pontos fortes, pontos fracos, objetivos estratégicos

Mudanças nas tecnologias, comportamento do consumidor, legislação, mercado de trabalho, política econômica, comportamento dos stakeholders.

Estratégias organizacionais mudanças em processos organizacionais adoção de novas tecnologias, mudanças no perfil dos participantes.

Documentos, bases virtuais de dados. Depoimentos, notícias Artigos e Publicações. Relatórios Indicadores de desempenho organizacional. Resultados organizacionais.

Gestores, profissionais de planejamento estratégico, representantes das principais atividades contidas nos macroprocessos

Questionários ou roteiros

Análise documental, entrevistas

Gaps competências organizacionais

Análise de cenários, inovação e criatividade. Articulação entre atividades e os atores. Sintonia nos processos de trabalho. Compartilhamento de conhecimentos. Proatividade (antecipação de ameaças e oportunidades).

Perfil do público ativo

Documentos, bases virtuais de dados. Depoimentos Notícias Artigos e Publicações. Relatórios indicadores de desempenho organizacional. Resultados organizacionais

Gestores, profissionais de planejamento estratégico, representantes de macroprocessos relevantes

Questionários ou roteiros

Análise documental. Entrevistas Semiestruturadas

Grupo focal

Técnica Delphi

Análise qualitativa de dados

Fonte: (ABBAD; MOURÂO, 2012)

 

 

Educação e Tecnologia

 

            A Universidade corporativa e a educação à distância são dois assuntos e recursos que se incorporam às atividades humanas desde  os últimos decênios do século passado, de forma poderosa e com infinitos horizontes, ambos impulsionados pelos avanços da era do conhecimento e da informação em que vivemos. Ambos trazem conceitos e dimensões que foram sendo modificados na dinâmica da evolução. Esses conceitos provavelmente continuarão a ser modificados, mantendo a sua essência, mas com diferenciações e potencialidades cada vez maiores.

            Está sendo feita a transição da era do trabalho braçal para o trabalho mental, intelectual. Deve-se então ler, aprender, analisar, criar e planejar sempre, e mais. Os indivíduos que assim se comportam já estão mais à frente. Pode-se dizer que universidades corporativas são organizações educacionais estabelecidas e operadas por corporações

 

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Considerando a pesquisa, nota-se na análise, que as grandes mudanças em curso no mundo do trabalho das organizações exigem transformações nas práticas de gestão de pessoas em especial na educação corporativa. Além das organizações fazerem uma análise de necessidade de treinamento, através de diagnósticos de discrepâncias atuais de desempenho, é necessário incorporar o prognóstico de necessidades de futuras aprendizagens.

            Essa ação possibilitará o planejamento de formação de educação contínua e a preparação de currículos organizados em torno de competências organizacionais relevantes, de acordo com a complexidade, abrangência e diversidade dos públicos-alvo. Então, para suprir a deficiência no Modelo da Universidade Corporativa, basta aplicar uma metodologia de ação eficaz, oferecendo frequentemente cursos à distância com mídias que possibilitem o estudo a qualquer hora e em qualquer lugar, de acordo com a agenda e perfil do participante.

 

 REFERÊNCIAS

 

ABBAD, Gardênia Da Silva; MOURAO, Luciana. Avaliação de necessidades de TD&E: proposição de um novo modelo. RAM, Rev. Adm. Mackenzie,  São Paulo ,  v. 13, n. 6, p. 107-137,  dez.  2012 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-69712012000600006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  02  dez.  2024.  http://dx.doi.org/10.1590/S1678-69712012000600006..

 

CHIAVENATO, Idalberto. Treinamento e Desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar talentos na empresa. 7 Ed. Manole, Barueri, Sp, 2009

 

HADDAD, S. A educação de pessoas jovens e adultas e a nova LDB. In: BRZEZINSKI. I. (Org.). LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997, p.106-122.

 

MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato: Metodologia da Investigação Científica para Ciências Sociais Aplicadas. Editora Atlas S.A., 2007.

 

WRIGHT, Jesse H. Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental: um guia ilustrado / Jesse H. Wright, Monica R. Basco, Michael E. Thase ; tradução Mônica Giglio Armando. - Porto Alegre : Artmed, 2008.

 

ROCHA, Guilherme Busch; PASSADOR, Claudia Souza; SHINYASHIKI, Gilberto Tadeu. What is the social gain from competency management? The employees' perception at a Brazilian public university. Rev. Adm. (São Paulo),  São Paulo ,  v. 52, n. 3, p. 233-245,  Sept.  2017 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-21072017000300233&lng=en&nrm=iso>. access on  02  Dez.  2024.  http://dx.doi.org/10.1016/j.rausp.2017.05.001.

 




[1] E-mail: pesquisadoracientifica.edu@gmail.com







Comentários

Este conteúdo é para você!!!!!

Mindset, palavra com tradução livre do inglês, que significa configuração da mente!!

https://studio.d-id.com/share?id=007752d52ac5e27f507880945625c12d&utm_source=copy Segundo Daros (2020), Growth Mindset significa mentalidade de crescimento. Trata-se de uma teoria sobre o que influencia a inteligência e como o desenvolvimento dessa forma de pensar pode impactar na superação (ou não) dos desafios. As qualidades humanas, tais como as habilidades intelectuais, podem ser cultivadas por meio do esforço. Pessoas não apenas buscam o desafio, mas, prosperam com ele. Quanto maior o desafio mais elas se desenvolvem!!! Mergulhe nessa leitura!!!! https://a.co/d/a9Uv8Ue Meu primeiro vídeo usando Inteligência artificial... meu lema aprender a aprender......Estarei me aprimorando e se preparem para os novos vídeos!!! Desafios a serem superados, rsrsrsrs

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