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AGOSTINHO – O BISPO – A INFLUÊNCIA DE AMBRÓSIO SOBRE SUA VIDA E A SUA OBRA

 

Agostinho trata-se reconhecidamente de um dos personagens centrais da história da igreja e do pensamento cristão. São muitas as peculiaridades do bispo de Hipona que o tornam uma figura tão notável e influente. Sua experiência religiosa dramática e pungente, que o levou de uma vida libertina a uma conversão marcante e um compromisso genuíno com Deus, conforme ele mesmo narra, nas suas Confissões.

Outra área plena de consequências foi sua trajetória filosófica e intelectual, primeiro como maniqueísta, depois como neoplatônico e finalmente como cristão. Um aspecto adicional de Agostinho que o torna fascinante foi o fato de ele conciliar uma intensa atividade pastoral com uma reflexão teológica igualmente apaixonada e fértil.

Foi o seu profundo interesse pelo bem estar da igreja, não só a sua própria diocese no norte da África, mas a igreja cristã no sentido mais amplo, que o levou a envolver-se nas famosas controvérsias que foram tão importantes na articulação de muitos aspectos de sua teologia.

Nos seus escritos antimaniqueístas, ele teve a oportunidade de repensar uma questão crucial para tantas áreas da doutrina cristã – a natureza do bem e do mal. Por causa da profundidade, coerência, criatividade e amplitude do seu pensamento, o teólogo norte-africano do quinto século marcou profundamente toda a reflexão teológica posterior, das mais diversas correntes.

Memória e história são cruciais para nossa identidade, porém, dificilmente conceituadas em relação a sua origem e objetivo. Nesse sentido temos o comentário do teólogo africano Agostinho (354-430), que, ao falar sobre o tempo, escreveu: “Então, o que é o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei, se quiser explicá-lo a alguém, não sei”. (Confissões, Livro XI). Agostinho, teólogo ocidental, influente, lutava para relacionar sua cultura Greco – romana, à convicção cristã de que identidade coletiva está enraizada na história, não na filosofia e na ética. Essa convicção já havia sido declarada abertamente no resumo histórico de credos cristãos, os quais professam a fé na pessoa histórica de um Jesus, que nasceu, cresceu e morreu. Cristãos também dão ênfase à história de forma única quando confessam que Jesus ressuscitou dentre os mortos, e, que retornará para consumá-la. Assim, a partir de uma perspectiva privilegiada, a identidade cristã coletiva é formada tanto pelo passado histórico quanto pelo futuro histórico. Esse senso de identidade histórica no passado, presente e futuro da Igreja, expresso no artigo terceiro dos credos pela frase “comunhão dos santos”, era algo tão palpável à igreja medieval que o historiador católico romano inglês John Bossy (1985) fez dele o tema de seu estudo sobre Reforma. Sociólogos do conhecimento chegaram a uma conclusão parecida sobre a identidade histórica enraizada na comunidade: identidade histórica nos é transmitida por meio de conversas com mães e pais, que nos precederam. Nesse sentido historiadores da Igreja levam a sério o quarto mandamento do Decálogo “Honra teu pai e tua mãe”.

Agostinho acreditava que uma pessoa era tornada justa por um processo de transformação interior que governava não só suas ações, mas também a motivação por trás delas. Na prática isso fazia a motivação mais importante do que a ação, porque se determinada ação não conseguia atingir seu objetivo, ainda contaria como justa aos olhos de Deus se tivesse sido feita com a intenção correta. Como Agostinho a entendeu, a justiça era um atributo divino do qual os cristãos participavam diretamente, e não apenas uma palavra usada para expressar o relacionamento de um crente pecador com ( e em dependência total de ) um Deus justo.

Ela só poderia ser obtida por meio de um dom gratuito de Deus (graça) mas era obtida e a pessoa que foi feita justa por Cristo tornava-se um ser humano melhor do que tinha sido antes. Isso era possível porque para Agostinho graça não era um dom abstrato da justiça, mas a presença do Espírito Santo na vida de uma pessoa. O Espírito é o amor de Deus que torna possível àqueles que recebem esse dom amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmos, que é o que Deus exige de nós. A fé era o fruto do amor, e assim, para Agostinho, justificação pela fé, realmente significava justificação pelo amor que se expressa em fé e por sua instrumentalidade. (Gálatas 5:6).

Define-se Teologia como sendo o estudo de Deus e do seu relacionamento com tudo quanto Ele criou. Cremos que a Teologia deriva-se da revelação de Deus na Bíblia, pois de nenhuma outra maneira poderia postar-se como testemunho fidedigno para os que buscam a verdade. A Teologia deve referendar como crença obrigatória somente o que a Bíblia ensina explícita ou implicitamente, deve também importar-se vitalmente com a interpretação correta da Bíblia e sua aplicação apropriada. Embora a aprendizagem fundamental da Teologia seja tirada da Bíblia, a teologia também se interessa pela comunidade da fé de onde surgiu a revelação e de igual modo se importa com a comunidade para qual a mensagem será transmitida. Sem haver compreensão da comunidade da antiguidade, a mensagem não será corretamente aplicada.

O Termo Teologia, segundo os seus aspectos etimológicos, é um vocábulo composto de duas palavras gregas Theos – Deus e logos – discurso ou expressão. Tanto Cristo, a Palavra Viva, quanto a Bíblia a Palavra escrita, são Logos de Deus. Eles são para Deus o que a expressão é para o pensamento e o que o discurso é para a razão. Embora não encontrada nas Sagradas Escrituras, a palavra teologia, é o composto de duas palavras bíblicas familiares, é escriturística no seu caráter. Em Romanos 3:2 aparecem as palavras ta logia ou Theou, os oráculos de Deus, em 1 Pedro 4:11 surgem as palavras Logia Theou, oráculos de Deus e em Lucas 8:21 encontramos a frase ton logon tou Theou, a Palavra de Deus.

O mundo pagão no qual a igreja nasceu, requer explicasse ela suas crenças em termos que todos pudessem compreender. À medida que ataques eram lançados contra seus dogmas, a Igreja era levada a defender-se contra acusações dos mais variados tipos. Os cristãos, por exemplo, eram acusados de canibais (por causa da Ceia do Senhor), ou eram tachados de revolucionários (porque adoravam um só Senhor, que não era Cesar). Nessas disputas, a Igreja polia suas declarações de fé, demonstrava de forma racional e lógica o verdadeiro teor de sua crença.

Pensamentos de Agostinho


Conforme descritos nos livros III, IV e V de Confissões, interessa a Agostinho narrar aqueles fatos que expliquem o percurso de sua interioridade e sobre as quais vai tecendo seus comentários. Alguns pontos nos quais ele insiste nesses textos e que são característicos de seu pensamento: a) o homem é um mistério para si mesmo; b) entregue a si próprio, acaba sendo arrastado para o mal e sente-se como que dividido; c) para resolver os próprios problemas, o homem, em vez de se voltar para dentro de si, tenta fugir de si mesmo e tenta também fugir de Deus, que continua presente no seu interior; d) suas angústias somente serão dissipadas quando, abrindo-se para a graça, se reencontrar com Deus.

É de conhecimento de todos o texto de Agostinho, no De civitate Dei, que diz:

 

Dois amores fundaram duas cidades, a saber, o amor próprio, levado ao desprezo de Deus, fundou a cidade terrena; o amor de Deus levado ao desprezo de si próprio, a cidade celestial. Gloria-se a primeira em si mesma e a segunda em Deus, porque aquela busca a glória dos homens e esta tem por máxima a Glória de Deus, testemunha de sua consciência.

 

Essas duas cidades, explica ele, simbolizam dois modos de ser da humanidade, que na presente vida encontram-se misturados, isto é, os bons e os maus vivem juntos, separando-se apenas quando do juízo final. A origem do símbolo evocando duas cidades encontra-se no texto bíblico, que fala de “uma santa cidade, nova Jerusalém, descendo do céu, vinda de Deus” e de “uma grande Babilônia, mãe das fornicações e abominações da terra”. A “Nova Jerusalém” descendo do céu é a cidade celestial, onde no final dos tempos serão acolhidos os eleitos. A “grande Babilônia” desse texto do Apocalipse refere-se a Roma, perseguidora dos cristãos e símbolo do mal, que será condenada. Mas o mal se encontra onde há praticantes do mal, seja onde for, e assim Agostinho narra em Confissões (Livro II, III, 8) que “fazia o percurso das praças desta Babilônia”, referindo-se a sua vida juvenil na cidade natal, a pequena Tagaste. A perversidade não se encontrava na cidade. Babilônia não eram as praças da cidadezinha, mas os corações perversos dele e de seus companheiros.

Cartago, Roma e Milão

 

O Quinto Livro é um drama em três atos, assim resumidos: a decepção do maniqueísmo; o ceticismo neoplatônico; o encontro com Ambrósio O texto se inicia com versos, devidamente escandidos, de louvor a Deus, para se voltar a seguir àqueles que, por se afastarem de Deus, tornam-se ímpios. Fugiram para não verem a Deus que os está vendo, pois eles ignoram “que estás em toda a parte e que nenhum espaço te delimita e  só tu estás presente mesmo àqueles que se fazem distante de ti”(II. 2). Quem não sabia que Deus está em toda a parte eram logicamente, os maniqueus, para os quais Deus era um corpo material. A eles Agostinho anexou também os astrônomos – aos quais chama de filósofos.

Entrementes, porém, ocorreu-lhe a ideia de voltar-se para os acadêmicos, isto é, para os filósofos neoplatônicos que, deixando de lado a doutrina do mestre, passaram a afirmar que se deveria duvidar de tudo, pois é impossível ao homem alcançar a verdade. A partir disso, chegou a criticar o dogmatismo do maniqueu em cuja casa residiu durante a doença, mas nem por isso se afastou do convívio com eles, pois alguns ensinamentos daquela doutrina impediram-no de se aproximar do cristianismo. Parecia-lhe ignóbil pensar num Deus que tivesse as delimitações de um corpo humano, mas ao mesmo tempo, não conseguiria pensar em Deus a não ser atribuindo-lhe uma massa corpórea, mesmo que sendo de uma matéria sutilíssima. A materialidade bruta com que nos deparamos era o mal, e a este o maniqueísmo atribuía também uma substância infinita e, por isso, parecia-lhe impossível que Cristo, que provinha de Deus, pudesse ter nascido de Maria, tendo um corpo físico como o nosso. Ao mesmo tempo, tornava-se cada vez mais reservado ante as críticas que os maniqueus faziam ao Antigo Testamento. Já em Cartago tivera ocasião de ouvir um cristão que rebatia suas pregações, sem que eles tivessem como contra-argumentar, e também agora, em Roma, mantinham-se eles em silêncio ante o público quando disso se tratava.

Roma tornara-se para ele uma desilusão, mas surgiu, de repente, a possibilidade de fugir também dela, tal como fugira de Tagaste e de Cartago. Naquela época a corte imperial residia em Milão, e de lá veio o pedido ao prefeito de Roma, a fim de que fosse escolhido alguém para ocupar o cargo de professor de retórica na corte. O cargo equivalia, aproximadamente, ao que hoje seria o de porta- voz do governo e dava ao ocupante o direito de se valer do correio imperial para o transporte. Era então prefeito de Roma Aurélio Simaco, um intelectual, orador afamado, ligado ao maniqueísmo. O ambicioso Agostinho concorreu ao posto, devendo, para tanto, proferir um discurso. Retórico, conhecido e competente, foi declarado vencedor. A nomeação, porém, não se baseou apenas nas qualidades do candidato: Simaco também o enviava a fim de contrabalançar a influência de Ambrósio dentro da corte. Mas, se esses, eram os desígnios humanos, bem outros eram os desígnios de Deus, os quais ele resume em apenas cinco palavras: “veni Mediolanum ad Ambrosium episcopum” (fui para Milão para o Bispo Ambrósio)(XIII.23). Aos olhos dos homens, ele estava indo para a corte; aos olhos de Deus para o caminho da salvação.

Ambrósio deixara o ofício de funcionário do império ao ser aclamado pelo povo para tornar-se bispo de Milão. Tratava-se de um homem culto, de boa formação filosófica, e que sabia como agir pelos meandros da vida política. Agostinho conta que foi paternalmente acolhido por ele. Mas, é de supor que bem informado, o bispo o tenha recebido com reservas, por saber de sua proveniência.

Para quem vencera um concurso de retórica em Cartago e outro em Roma, nada mais interessante do que verificar se a fama de orador de Ambrósio correspondia à realidade. E Agostinho ficou suspenso de suas palavras. Não era radiante e agradável como Fausto, mas muito mais erudito; não era orador de palanque, mas alguém que na linguagem popular de nossos dias “tinha farinha no saco” que era capaz de argumentar. Isso, porém, não interessava a Agostinho, que desesperara de encontrar a verdade e desejava tão somente ouvir o discurso competente do bispo, mas não o conteúdo de suas palavras. Contudo, “juntamente com as palavras de que eu gostava, chegava-se ao espírito o conteúdo que eu punha de lado” (LEITE JR., 2014). Assim, começou por perceber que aquilo que Ambrósio anunciava tinha valor e que aquelas passagens do Antigo Testamento, que pareciam absurdas aos maniqueus, adquiriram outro sentido se, em vez de tomadas literalmente, fossem lidas em sentido alegórico.

Mas não se sentia compelido a seguir a fé cristã só porque também ela tinha doutos defensores, embora empregasse sua inteligência para mostrar aos maniqueus os erros que cada vez lhe pareciam mais patentes, quando comparava as teorias deles com as dos filósofos a respeito do mundo material. Que caminho então deveria seguir?

Duvidando de tudo, á maneira dos [filósofos] acadêmicos, e flutuando no meio de tudo, decidi abandonar os maniqueus [para ser coerente]. Todavia, recusava-me absolutamente a confiar a cura a esses filósofos, porque não existia neles o nome salvador de Cristo. Por isso, resolvi, finalmente tornar-me catecúmeno na Igreja Católica, segundo a tradição que recebera de meus pais, até que alguma certeza brilhasse, para a qual eu pudesse dirigir meus passos”. (Livro V, XIV. 25).

Agostinho, via a luz no final do túnel, começava reencontrar a si mesmo e sobre novos fundamentos começava a reconstruir seu mundo. Não precisava mais fugir de si e de Deus. Mônica volta ao seu lado, Ambrósio o orienta; o círculo de amigos se (re) constrói; o neoplatonismo permite-lhe formar um conceito espiritual a respeito de Deus e resolver o problema do mal; a leitura da Bíblia, principalmente das cartas paulinas, traz-lhe a noção da cisão do homem consigo mesmo e a de pecado por parte do homem e de salvação por parte de Cristo. Havia ainda um longo caminho a percorrer, caminho marcado por dúvidas e lutas interiores, no final do qual encontraria o batismo pelas mãos de Ambrósio.

Agostinho, bispo de Hipona

 

Poucos teólogos cristãos são tão relevantes para nossa época como Agostinho.  Em meio a sua luta pessoal, em sua peregrinação em direção à fé cristã, surgiram perguntas que refletem os conflitos espirituais de muitos cristãos modernos: Como podemos interpretar corretamente as escrituras? O que é exatamente o mal? Por seu embate com tais questões e pela profundidade e abrangência das respostas que ofereceu a elas, Agostinho se tornou o maior teólogo cristão, desde o apóstolo Paulo, dirigindo a mente e os ensinamentos da igreja por mais de mil anos após sua morte.

O norte da África produziu quatro gigantes do cristianismo ocidental: Tertuliano, Cipriano, Atanásio e Agostinho. Aurelius Augustinus, mais conhecido como Santo Agostinho, nasceu em Tagaste, província romana na Numídia – hoje Souk-Ahras, na Argélia – em 13 de novembro de 354. Ele foi primogênito de Patrício, conselheiro municipal, e membro da classe média, que permaneceu pagão até as vésperas de sua morte, e da cristã Mônica, que orou fervorosamente e constantemente em seu favor. O irmão de Agostinho Navígio, morreu jovem, e a irmã Perpétua, foi membro dos primeiros mosteiros.

Em 365 com 11 anos, Agostinho foi enviado para estudar em Madaura. Os idiomas com que se expressava eram o púnico (ou cartaginês), a língua de sua terra, e o latim que dominava com perfeição. Em 370, voltou a Tagaste, e aos 17 anos transferiu-se para Cartago, para estudar retórica e artes liberais.

Seu pai Patrício, morreu no ano seguinte, e Agostinho conheceu uma mulher, com quem se uniu nesse mesmo ano; ela se tornaria sua companheira durante quinze anos – ele a abandonou depois, e não mencionou seu nome nas obras que escreveu.

Em Cartago, ele leu Hortênsio, de Cícero. A leitura dessa obra levou-o a se apaixonar pela filosofia. A partir de então, passou a buscar a verdadeira sabedoria, que acabaria por levá-lo à fé cristã. Em 373, tornou-se um ouvinte (auditor) maniqueu, sendo esse provavelmente, o ano de nascimento de seu filho Adeodato, falecido em 390. Em 374, regressou a Tagaste como professor de gramática, e, em 383, foi para a Roma, onde continuou a docência. Dois anos depois ganhou a cátedra de retórica da Casa Imperial, e foi para Milão, onde conheceu Ambrósio, bispo da cidade.

Desiludido por tantas contradições , abandonou o maniqueísmo nessa época, e começou a receber influência do neoplatonismo. Por causa dos exemplos dos monges e da sua própria formação neoplatônica, Agostinho estava convicto de que teria de renunciar à carreira de professor de retórica e de todas as suas ambições e alegrias dos prazeres sensuais, caso se tornasse um cristão. Esta era uma das principais dificuldades que ainda o detinham. Ele mesmo conta que sua constante oração era: Dá-me o dom da castidade, mas ainda não.

Sendo assim, cresceu nele a batalha entre o querer e o não querer. Agostinho, queria tornar-se cristão. Mas ainda não. Sabia que não podia mais interpor dificuldades de ordem intelectual, o que fazia a luta consigo mesmo, ser ainda mais intensa. De todos os lados vinham notícias de outras pessoas que haviam feito o que ele não arriscava fazer, e sentia inveja.

Certo dia, em agosto de 386, Agostinho sentou-se no jardim de uma casa que alugava com alguns amigos. Ele lia com um amigo chamado Alípio, o texto da Epístola de Paulo aos Romanos, e conversava sobre o evangelho pregado e ensinado pelo apóstolo. Nesse momento, não podendo tolerar a companhia de seus amigos, e tampouco a sua, ele fugiu para o outro lado do jardim, onde se encontrou em terrível agonia de espírito.

Toma a lê. Toma a lê – Tolle, lege. Estas palavras, que alguma criança gritava em suas brincadeiras infantis, chegaram ao ouvido do abatido Agostinho, que sofria profundamente debaixo da figueira. As palavras que as crianças gritavam pareciam ser um sinal do céu. Pouco antes, Agostinho jogara, em outro lugar do jardim, o texto que estivera lendo. Agora voltou para lá, tomou e leu as seguintes palavras do apóstolo Paulo: “Não em orgias e bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não procureis satisfazer os desejos da carne”.

Nas palavras do apóstolo, Agostinho encontrou o que estivera procurando por muito tempo. Dedicou-se totalmente à vida cristã e deixou sua ocupação como professor, buscando levar a vida de um monge, ao converter sua casa em mosteiro para oração, estudo e reflexão.

Em 387, com 33 anos, na noite da Páscoa de 24 para 25 de abril, Agostinho foi batizado por Ambrósio, seguiram-no seu filho, Adeodato, e o amigo da juventude, Alípio, que viria a ser bispo de Tagaste. Ele abandonou a vida pública, indo morar em Cassicíaco, com amigos e familiares. Pouco depois, a piedosa mãe de Agostinho, Mônica, faleceu em Óstia Tiberina, perto de Roma. Ele então voltou a África, indo de novo para Tagaste, onde vendeu suas posses e se dedicou ao seu ideal de vida comum: estudo, pobreza, trabalho e meditação.

Pouco depois, mudou-se para Hipona – que ficava próxima da atual Annaba, na Argélia – para procurar um lugar onde fundar um mosteiro e viver com seus irmãos. Em 391, foi praticamente obrigado a ser ordenado presbítero. Conforme os planos, fundou um mosteiro e nele viveu, presbítero e monge, no ascetismo e no estudo ,segundo a maneira e a regra estabelecida no tempo dos Apóstolos.

Quatro anos depois, também contra sua vontade, Agostinho foi eleito bispo coadjuntor. Logo Agostinho, estava ensinando o Credo aos bispos da região. Em 396, aos 42 anos, sucedeu ao bispo Valério, em Hipona. O mosteiro que ele fundou acabou por se tornar um seminário para presbíteros e bispos para toda a África. Suas atribuições pastorais serviam:

À Igreja de Hipona, a que estava e sentia-se ligado: a pregação (duas vezes por semana – sábado e domingo – às vezes por mais dias consecutivos ou ainda duas vezes ao dia), a audiência episcopalis, que ocupava também o dia todo, o cuidado com os pobres e os órfãos, a formação do clero, a organização dos mosteiros masculinos e femininos, a administração dos bens eclesiásticos de que não gostava, mas tolerava, a visita aos enfermos;

 a igreja africana: participação nos conflitos programados anualmente, frequentes viagens para responder ao convite dos colegas ou para atender a necessidade eclesiástica;

a igreja universal: controvérsias dogmáticas, resposta a muitas interpelações, livros e livros sobre as mais variadas questões que lhe eram propostas e impostas.

 

No período de 386 a 396, Agostinho já tinha escrito de forma considerável. A primeira categoria de livros escritos nesse período consiste em diálogos filosóficos: Contra os acadêmicos, Solilóquios, A vida feliz e A ordem (386), A imortalidade da alma e A gramática (387), A grandeza da alma (387-8), O livre-arbítrio (388-95), O mestre (389) e A música (389-91).

O segundo grupo é composto de obras contra os maniqueus: A moral da igreja católica e A moral dos maniqueus (388), As duas almas (391) e Controvérsia contra Fortunato, O maniqueu (392).

A última categoria é composta de obras teológicas e exegéticas: Sobre o Gênesis, contra os maniqueus (386-391), A verdadeira religião (389), Questões diversas (389-96), A utilidade do crer (391), A fé e o símbolo (393), algumas Cartas e alguns Sermões.

Ambrósio (339-397)

Ambrósio (339-397) foi um dos gigantes entre os pais da Igreja. Usava o método alegórico na interpretação de muitas passagens em que Agostinho tinha encontrado dificuldades. Como esse método era perfeitamente aceitável na ciência retórica da época, Agostinho não podia fazer objeção. O que Ambrósio na verdade estava fazendo, apesar de não estar ciente disso, era mostrar ao mestre de retórica a riqueza e o valor das Escrituras.

Agostinho, em suas diversas obras, cita o nome de Ambrósio pelo menos cento e quinze vezes, acompanhado dos adjetivos beatus, sanctus, noster. A figura de Ambrósio era seu ideal de bispo.

O platonismo como interpretado especialmente por Plotino e Porfírio, ensinava que apenas o Uno é real por completo e que as demais categorias são emanações em diferentes graus desse Um impessoal. A partir daí, as categorias são progressivamente menos perfeitas na medida em que se afastam do Uno. O chamado neoplatonismo viria a ser a ponte que permitiria a Agostinho dar o grande passo de sua vida, pois era, para os cristão milaneses, a filosofia por excelência, a melhor formulação da verdade racionalmente estabelecida.

O neoplatonismo era visto como uma filosofia que, com ligeiras adaptações, parecia capaz de auxiliar a fé cristã a tomar consciência de sua própria estrutura interna e a defender-se com argumentos racionais. (cf. Peter Brown, op. cit., p. 107-21, citado em Ferreira, 2006, p.18).

A teologia de Agostinho

 

A teologia de Agostinho se desenvolveu em meio a uma série de debates. Em seu primeiro grande debate teológico, ele se ocupou dos maniqueus. Na maioria das vezes, a polêmica é apologética: ele defende a dignidade da igreja e seu direito exclusivo de se chamar Igreja de Cristo. Contra o racionalismo de seus adversários, Agostinho mostra que a fé não exclui a inteligência – as duas se esclarecem e se reforçam mutuamente. Defende também o Antigo Testamento como preparação do Novo Testamento, e aquele está em harmonia e continuidade com este. Deus preserva beleza e bondade na Criação. O mal é corrupção do bem, resultado do livre pecado do homem.

Agostinho, sob influencia do neoplatonismo e, seguindo seu próprio gênio, denunciou de forma especial o dualismo metafísico do maniqueísmo, com seu consequente panteísmo e materialismo. No segundo debate teológico, Agostinho se viu diretamente confrontado com o donatismo. Esse movimento, cujo nome vem de Donato, bispo Cartago falecido em 332, surgiu durante a perseguição dos imperadores Décio e Diocleciano. Os donatistas, que se percebiam como uma igreja de puros, recusaram a ordenação de um bispo suspeito de ter entregado as Escrituras por ocasião de uma perseguição, julgando severamente os cristãos que acolhiam com, segundo lhes parecia, demasiada indulgência os chamados lapsi ou traditores – os que haviam traído a fé diante do poder romano.

Chegaram a rejeitar a validade dos sacramentos administrados por ministros que eles julgavam impuros, pois, para os donatistas, os sacramentos só teriam valor se o ministro fosse digno. Aliás, aqueles batizados por ministros indignos deviam ser rebatizados por bispos donatistas. Alguns deles começaram a se reunir em milícias armadas, assaltando e agredindo os ministros cristãos, tornando a situação extremamente tensa. Para Agostinho, os donatistas eram culpados do pecado de cisma, apartando-se da igreja de Jesus Cristo, e foi por ocasião desse conflito que ele elaborou sua teologia dos sacramentos e da igreja.

Sustentou firmemente que a graça sacramental age por si mesma, ex opere operato (que pode ser traduzido como “em virtude do próprio ato”), sendo irrelevantes as condições espirituais do ministro. Em seu entendimento, os sacramentos continuam válidos porque é Cristo quem os oferece. Ele elaborou sobretudo a doutrina da Igreja, como o corpo de Cristo unificado pelo amor no Espírito. Aqueles que dela se afastam possuem em vão a fé, os sacramentos e mesmo as virtudes. Assim, Agostinho foi levado a afirmar uma igreja invisível, conhecida apenas por Deus - os eleitos, os verdadeiros cristãos -, dentro da igreja visível, que era a igreja na terra.

Escritos e obras de Agostinho

 

As obras do segundo período, de 396 a 411, contêm escritos antimaniqueístas posteriores: Contra a epístola de maniqueu (397), Contra Fausto, o maniqueu (398) e A natureza do bem (399). Em seguida houve alguns escritos eclesiásticos: O batismo (400), Contra a epístola de Petiliano (401) e A unidade da Igreja (405). Finalmente, houve algumas obras teológicas e exegéticas: A doutrina cristã (397), Confissões (398-9), comentário literal ao Gênesis (400-15) e A Trindade (400-16). Dessa época são ainda as obras: O bem do matrimônio, o único tratado dedicado totalmente ao casamento, e A santa virgindade (401). Cartas, Sermões e Comentário aos Salmos, também foram escritos no período.

Dentre tais obras, se destacam três. Nos nove primeiros livros de Confissões, Agostinho relata sua vida até a morte de Mônica: sua miséria no pecado e a lenta ascensão para a presença de Deus. O décimo livro apresenta uma análise psicológica de seu estado de espírito no período da redação da obra, e os três livros finais contêm, partindo da narração bíblica da Criação, considerações sobre Deus, o mundo, o tempo e a eternidade.

Em A doutrina cristã, na verdade um manual de hermenêutica e pregação, Agostinho estabeleceu importantes princípios de interpretação bíblica. Nos primeiros três livros, oferece alguns deles:

1) A fé, é um pré requisito fundamental para o intérprete da Palavra de Deus; 2) Deve-se considerar o sentido literal e histórico do texto;

 3) O Antigo Testamento é um documento cristológico;

4) O propósito do expositor é descobrir o sentido do texto e não o de atribuir-lhe sentido;

5) O credo ortodoxo deve controlar a interpretação das Escrituras;

6) O texto não deve ser estudado isoladamente, mas no seu contexto bíblico geral;

7) Se o texto for obscuro, não se pode tornar matéria de fé. As passagens obscuras devem dar lugasr às passagens claras;

8) O Espírito Santo não dispensa o aprendizado das línguas originais, geografia, história, ciências naturais, filosofia, etc.;

9) As Escrituras não devem ser interpretadas de modo a se contradizerem. Para isso, deve-se considerar a progressividade da revelação.

A Trindade é a obra dogmática mais importante de Agostinho, que levou dezesseis anos para terminá-la: Está dividida em duas partes: a primeira com uma ênfase bíblica e teológica, vai dos livros I ao VII. Ele aceitou sem discussão a verdade que existe um só Deus, que é Trindade, e que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são simultaneamente distintos e coessenciais, numericamente um quanto à substância. Na explicação que faz do mistério trinitário, Agostinho concebe a unidade da natureza divina, antes de considerar as Pessoas Divinas em separado.

Sua fórmula trinitariana é: uma só natureza subsistindo em três Pessoas. Essas três Pessoas se apropriam de modo distinto da mesma natureza: o Pai sem princípio, o Filho por geração Eterna do Pai e o Espírito Santo espirado pelo Pai e pelo Filho. Seus escritos estão repletos de declarações detalhadas quanto a isso.

A segunda parte do livro VIII ao XV, tem um enfoque psicológico e filosófico. Nessa parte, Agostinho desenvolve as analogias trinitarianas, que ele descobre especialmente na alma humana, criada à imagem de Deus. É esse o último ponto que constitui o elemento de maior originalidade no tratado. As analogias trinitarianas resultantes foram:

1) A mente, seu conhecimento de si mesma e seu amor de si mesma;

2) A memória ou o conhecimento potencial da mente de si mesma, o entendimento, isto é, sua apreensão de si mesma à luz das razões eternas e a vontade, ou amor de si mesma, pela qual o processo do ato de conhecimento é posto em movimento;

3) A mente lembrando, conhecendo e amando ao próprio Deus.

 

A diferença entre Pelágio e Agostinho residia em seus pontos de vista sobre a natureza humana e a graça de Deus. As idéias de Pelágio foram refutadas por Agostinho numa série de tratados que se tornaram conhecidos como tratados antipelagianos. E o pelagianismo foi condenado de maneira formal como heresia pelo bispo de Roma em 417 e 418 e pelos concílios de Cartago, em 418 de Éfeso, em 431 ( o terceiro grande concílio eclesiástico) e finalmente, de Orange, em 529.

Depois da morte de Agostinho, a igreja medieval gradualmente mudou de opinião e aceitou a posição semipelagiana ou semiagostiniana, acatando o primeiro ponto da formulação de Agostinho, a depravação total, combinando-a com uma elaborada doutrina da graça presente nos sacramentos da igreja, com a qual o homem poderia cooperar até chegar à salvação.

As obras, no período final da vida de Agostinho, de 411 a 430, eram, em grande medida, antipelagianas foram:

ü Os méritos e a remissão dos pecados (411-2)

ü O espírito e a terra (412)

ü A natureza e a graça (415)

ü A correção dos donatistas (417)

ü A graça de Cristo e o pecado original (418)

ü A alma e sua origem (419)

ü As núpcias e a concupsciência (429-20)

ü O enquirídio (421)

ü E dois livros contra Juliano (421 e 429-30)

 

O segundo grupo de escritos antipelagianos inclui:

ü A graça e o livre-arbítrio e A correção e a graça (426)

ü A predestinação dos santos e O dom da perseverança (428-9)

 

As últimas grandes obras nesse período são teológicas e exegéticas, incluindo aquela que talvez tenha sido a maior de todas:

ü A cidade de Deus (413-26)

ü O cuidado devido aos mortos (421)

ü As retratações (426-7)

 

Situam-se como grande número de Cartas, Sermões e a continuação de comentários aos Salmos.

313:

Constantino promulga o Edito de Milão, tornando o cristianismo a religião oficial do Império Romano do Ocidente.

354:

Agostinho nasce em Tagaste, Numídia, na África.

370:

Volta de Madaura para Tagaste

371:

Estuda em Cartago

372:

Patrício morre e Agostinho une-se a uma concubina

373:

Nasce seu filho, Adeodato

375:

Volta de Cartago para lecionar em Tagaste

376:

Retorna a Cartago

380:

O Edito de Teodósio torna o cristianismo religião oficial no Império Romano do Oriente.

383:

Agostinho abandona o maniqueísmo e embarca para Roma

384:

Nomeado professor em Milão, Jerônimo começa a tradução da Bíblia para o latim, tradicionalmente chamada de Vulgata

385:

Mônica chega a Milão

386:

Agostinho descobre o neoplatonismo (provavelmente em junho). Conversão ao cristianismo (fim de agosto). Demite-se do cargo de professor, e parte para o Cassicíaco (setembro). Teodósio repele os godos no Danúbio

387:

Agostinho volta a Milão e é batizado, com Alípio e Adeodato (abril). Visão de Óstia. Morte de Mônica

388:

Volta a Cartago e a Tagaste

390:

Morte de Adeodato

391:

Chega a Hipona para fundar um mosteiro. É ordenado presbítero

392:

Debate com o maniqueu Fortunato em Hipona. Escreve a Jerônimo pedindo traduções latinas de comentários gregos sobre a Bíblia

395:

Agostinho sucede Valério como bispo de Hipona. Morte de Teodósio

396:

Morte de Valério

403:

Agostinho prega em Cartago

409:

Pelágio em Cartago. Os vândalos e os suevos invadem a Espanha

410:

Agostinho em Cartago. Recolhe-se a uma propriedade perto de Hipona, por motivo de saúde

411-413

Prega regularmente em Cartago

418:

Pelágio é expulso de Roma

 

Continua


426:

Eráclio é nomeado sucessor de Agostinho

429:

Os vândalos chegam ao norte da África Ocidental

430:

Agostinho falece em 28 de agosto

Fonte: Ferreira, 2006, p.40-41.

Agostinho estabelece uma relação entre os princípios da retórica e a tarefa da pregação. Agostinho considera que apenas quando a mente focaliza a si mesma, com todas as suas potências de lembrança, entendimento e amor ao seu Criador, é que a imagem de Deus, que ela traz em si, corrompida pelo pecado, pode ser plenamente restaurada.

Então, seguindo o entendimento agostiniano, apenas no próprio Deus está a base para a razão e a linguagem humana, para nossa capacidade de escolha, para nossa profunda diversidade de emoções, para a apreciação da beleza, para nossa propensão à criatividade, para nosso senso de ética e eternidade para nosso desejo de relacionamento social.

Com efeito, Agostinho, em sua vida que por um dom de Deus foi longa para o bem e o estado feliz da igreja, de fato viveu setenta e seis anos, dos quais uns quarenta no clericato ou episcopado. Até a sua última doença, na igreja pregava a Palavra de Deus ininterruptamente, com zelo e fortaleza tendo conservado mente lúcida e julgamento correto.

No terceiro mês do cerco, em 28 de agosto de 430 morreu Agostinho, aos 76 anos. Sua imensa luta teológica é o exemplo supremo do princípio de que fé deve buscar a compreensão. Em toda sua obra teológica, elaborada em clima de oração, estão unidas sabedoria e erudição.

REFERÊNCIAS

 

AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona, 354-430. Confissões. Tradução de J. Oliveira e A. Ambrósio de Pina. 6. Ed. Petrópolis, RJ. Vozes, 2015.

 

ARMÍNIO, Jacó. As obras de Armínio. Volume 2. 1 Ed. CPAD. Rio de Janeiro, 2015.

 

BARRETT, Matthew. Teologia da Reforma. Thomas Nelson Brasil,  Rio de Janeiro, 2017.

 

FERREIRA, Franklin. Agostinho de A a Z. São Paulo. Editora Vida, 2006.

 

LEITE JR.,Pedro Gilberto da Silva; SILVA, Lucas Duarte.(orgs). Santo Agostinho: reflexões e estudos. EDIPUCRS. Porto Alegre, 2014.

 

MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato: Metodologia da Investigação Científica para Ciências Sociais Aplicadas. Editora Atlas S.A., 2007.

 

SPURGEON, Charles H. Eleição. Editora Fiel.


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Mindset, palavra com tradução livre do inglês, que significa configuração da mente!!

https://studio.d-id.com/share?id=007752d52ac5e27f507880945625c12d&utm_source=copy Segundo Daros (2020), Growth Mindset significa mentalidade de crescimento. Trata-se de uma teoria sobre o que influencia a inteligência e como o desenvolvimento dessa forma de pensar pode impactar na superação (ou não) dos desafios. As qualidades humanas, tais como as habilidades intelectuais, podem ser cultivadas por meio do esforço. Pessoas não apenas buscam o desafio, mas, prosperam com ele. Quanto maior o desafio mais elas se desenvolvem!!! Mergulhe nessa leitura!!!! https://a.co/d/a9Uv8Ue Meu primeiro vídeo usando Inteligência artificial... meu lema aprender a aprender......Estarei me aprimorando e se preparem para os novos vídeos!!! Desafios a serem superados, rsrsrsrs

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