ÉTICA E SUSTENTABILIDADE: IMPACTO NA IMAGEM REPUTACIONAL DAS EMPRESAS
SILVA, Elisete Aparecida da
Estudiosos apontam para uma crise da modernidade, derivada da adoção de um modelo societário fundado em ideologias desenvolvimentistas, com vistas ao progresso científico e tecnológico, conduzindo, assim, a uma sociedade utilitarista e altamente consumista, que só percebe na degradação do ambiente natural a principal consequência do processo crítico.
A consciência ambiental começou a aflorar na segunda metade do século XX, como resultado de fatos marcantes registrados entre os anos de 1940 e 1960, como a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, a explosão demográfica e o êxodo rural, a desertificação, a fome e a miséria na África, a eclosão e a força dos movimentos sociais, além do alerta à degradação causada pelos avanços tecnológicos derivados da industrialização (MENDONÇA, 2019). Todos esses fatores impulsionaram a sensibilização e a tomada de consciência da temática e questão ambiental que marca os dias atuais em todo o mundo.
O aprendizado depende de práticas e de rotinas, de padrões de interação dentro e fora do ambiente em que vivemos e convivemos, e da capacidade de mobilizar conhecimento tácito individual e promover interações. Tal aprendizado pode ser estimulado por meio de um cuidadoso arranjo de práticas, rotinas e relacionamentos ou através de uma organização mais fluída e flexível na qual os indivíduos são incentivados a desenvolver novas idéias e formas de realizar as tarefas.
Dentre as tecnologias limpas disponíveis, destaca-se o aumento da participação das energias renováveis, visto que têm se tornado cada vez mais importantes em âmbito global, devido principalmente ao esgotamento das reservas de combustíveis fósseis e a busca pela redução de emissões de gases do efeito estufa, segundo o Ministério do Meio Ambiente, as emissões de gases de efeito estufa ocorrem praticamente em todas as atividades humanas e setores da economia: na agricultura, por meio da preparação da terra para plantio e aplicação de fertilizantes; na pecuária, por meio do tratamento de dejetos animais e pela fermentação entérica do gado; no transporte, pelo uso de combustíveis fósseis, como gasolina e gás natural; no tratamento dos resíduos sólidos, pela forma como o lixo é tratado e disposto; nas florestas, pelo desmatamento e degradação de florestas; e nas indústrias, pelos processos de produção, como cimento, alumínio, ferro e aço, por exemplo.
Em virtude do constante crescimento da tecnologia em todo o mundo, já não é possível conhecer projetos sem um planejamento baseado nas premissas de sustentabilidade do meio natural, sociocultural e econômico. A importância no desenvolvimento social que as tecnologias proporcionaram ao mundo é notório, porém, nem sempre o propósito de desenvolvê-las foi de forma sustentável, e, durante anos, várias tecnologias foram utilizadas sem ter ações que evitasse a agressão ao meio ambiente.
Essa agressão hoje é vista como tema de urgência entre os países, pois pela foi falta de planejamento de manejo das tecnologias desde sua corporação no mercado social global, o meio ambiente vem se degradando ocasionando mudanças climáticas devido ao aumento dos gases efeito estufa na atmosfera.
É necessário que o mundo atual tenha uma visão orientada para o futuro, em rumo ao desenvolvimento, sempre com melhores práticas de sustentabilidade, a qual irá fortalecer a capacidade dos países no aproveitamento das oportunidades futuras em uma economia globalizada. A tecnologia é essencial para qualquer projeto de desenvolvimento de um país, sendo assim, existe a necessidade de estudos que analisem as mudanças tecnológicas, como também, a realização de estudos alternativos que orientem o futuro, sendo o mapeamento tecnológico, um desses caminhos.
As tecnologias limpas podem ser compreendidas como novos processos industriais ou mesmo processos industriais já existentes, porém alterados, com o objetivo de reduzir os impactos ambientais, o consumo de matérias-primas e o consumo energético utilizado durante o ciclo produtivo. A busca por tecnologias limpas e sua introdução nos processos e produtos industriais é um importante marco do desenvolvimento sustentável (AZEVEDO et. al., 2016, p. 2034).
Compreende-se dessa maneira a necessidade de mudanças na produção de energia, visando à utilização das fontes renováveis (SANTOS et. al., 2015, p. 269). Com o desenvolvimento da consciência ambiental na sociedade contemporânea e a preocupação em tornar o planeta mais limpo e saudável, obriga as organizações a pensarem em formas de conservação ambiental. Como cita a autora Matias (2011):
[...] um evento que seja ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito, isto é, que busca sustentabilidade, deve levar em consideração, em seu processo de planejamento e realização, os impactos ambientais, desde a mensuração até a destinação dos resíduos gerados em sua realização, o consumo de energia elétrica e a neutralização das emissões de gás carbônico (CO2), gerados durante o evento, por meio do plantio de árvores nativas (MATIAS, 2011, p. 200).
As inovações ambientais constituem um caminho importante para a redução do hiato tecnológico de países em desenvolvimento. (ANSANELLI et.al., 2017, p. 123). E juntamente com as inovações tecnológicas, pode-se evitar ou minimizar os danos ambientais, e, segundo a autora Lustosa, “também representam oportunidades de ganhos competitivos e sustentáveis”. (LUSTOSA; 2002, pp. 04-05).
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
Ao que se propõe às organizações pelo mundo sobre essa temática é a adoção de princípios e ações de gestão visando os ideais de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, já que este tem se tornado o grande desafio para as empresas, afinal, a sociedade desenvolve significativamente novos valores ininterruptamente, constituindo nas mudanças de pensamentos e atitudes dos indivíduos que a compõem. Oportunizando o desenvolvimento da consciência ambiental nesta sociedade junto à preocupação por um planeta mais limpo e saudável, obriga os organizadores de eventos a pensarem em variadas formas de conservação ambiental na realização desses eventos (MACDOWELL; SILBERBERG, 2010, p. 735).
Sousa (et. al.) acreditam que se refere a uma atividade fundamental, e que a responsabilidade ambiental deva começar desde ações menores e individuais, como “coleta seletiva de lixo, economia de água, uso de transporte coletivo, evitar sacolas plásticas, entre outras, até ações grandes e empresariais evitando poluição de água, ar e solo, queimadas, desmatamento e geração de resíduos sólidos” (SOUSA, et. al.; 2015, p. 03).
Mediante os estudos conclui-se que a responsabilidade ambiental é uma questão que deve ser encarada como uma atividade fundamental para a preservação do nosso planeta. Acredita-se que essa responsabilidade deve ser cultivada desde ações menores e individuais, que podem parecer simples, mas que, quando somadas, têm um impacto significativo. Práticas como a coleta seletiva de lixo, a economia de água, o uso de transporte coletivo e a redução do uso de sacolas plásticas são exemplos de como cada um de nós pode contribuir para um futuro mais sustentável.
Entretanto, a responsabilidade ambiental não se limita apenas a ações individuais. É crucial que empresas e organizações também adotem práticas sustentáveis em suas operações. Isso inclui evitar a poluição da água, do ar e do solo, combater queimadas, prevenir o desmatamento e minimizar a geração de resíduos sólidos. A integração de ações sustentáveis em todos os níveis, desde o cotidiano das pessoas até as políticas corporativas, é essencial para promover um ambiente mais saudável e equilibrado.
Portanto, a conscientização e a ação conjunta são fundamentais. Cada pequeno gesto conta e, quando multiplicado por milhões de indivíduos e empresas, pode levar a mudanças significativas. A responsabilidade ambiental deve ser uma prioridade coletiva, refletindo um compromisso com o bem-estar do planeta e das futuras gerações.
AZEVEDO, Lucas Silveira de; FERREIRA, Ana Cristina Mauricio; ZANINOTTI, Débora Cristina. Análise Bibliométrica sobre os termos “Ecodesign”, “Sustentabilidade” e “Tecnologia Limpa” na base de dados Scopus. 12ºCongresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, Blucher Design Proceedings, v. 02, nº 09, 2016 pp. 2034-2046.
MACDOWELL, Daniela; SILBERBERG, Carolina Piccin. In: PHILIPPI, Arlindo Jr.; RUSCHMANN, Doris Van de Meene. Gestão ambiental e responsabilidade social em eventos. Barueri: Manole, 2010. pp. 735-754.
MATIAS, Marlene. Planejamento, organização e sustentabilidade em eventos culturais, sociais e esportivos. Barueri, SP: Manole. 2011, p. 200.
MENDONÇA, F.,DIAS, M.A. Meio ambiente e sustentabilidade. Curitiba, Intersaberes, 2019.
PELIZZOLI, M.L. Ética e meio ambiente para uma sociedade sustentável. Petrópolis, RJ. Vozes, 2013.
ROBBINS, Stephen Paul. Fundamentos do comportamento organizacional. Tradução técnica Reynaldo Marcondes. São Paulo. Prentice Hall, 2004.
SOUSA, A. A. P; CRUZ, B. P. C; CORREA, M. P. C; GOMES, C. A responsabilidade ambiental na formação do engenheiro civil. Maranhão: Revista do CEDS, v. 1, nº 03, 2015.
ANSANELLI, Stella; SENNA, Pedro Pinho; CAMPOS, Daniel Augusto Coração de; SILVA, Guilherme Ribeiro da. Sistema de Inovação Ambiental em Países em Desenvolvimento: uma discussão a partir do desenvolvimento do Etanol de Segunda Geração no Brasil.Pesquisa & Debate.Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política da PUC-SP,v. 28, nº 01 (51), jul. 2017, p. 123. Acessado em 09 de março de 2020. Disponível no site: file:///C:/Users/MRINFO/Downloads/32895-91034-1-PB.pdf.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Disponível em < http://www.mma.gov.br/informma/item/195-efeito-estufa-e-aquecimento-global> Acesso em 04 de setembro de 2024.
PITANGA, Ângelo Francklin. CRISE DA MODERNIDADE, EDUCAÇÃO AMBIENTAL, EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E EDUCAÇÃO EM QUÍMICA VERDE: (RE)PENSANDO PARADIGMAS. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc. (Belo Horizonte), Belo Horizonte , v. 18, n. 3, p. 141-159, Dec. 2016 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-21172016000300141&lng=en&nrm=iso>. access on 04 de setembro de 2024. http://dx.doi.org/10.1590/1983-21172016180307.
Comentários
Postar um comentário